O novo Coronavírus, ou COVID-19 como foi batizado pela Organização Mundial de Saúde, registrou seus primeiros casos no começo de março. A presença da doença no país desencadeou uma série de mudanças necessárias na rotina da população para que o vírus não se espalhe, e essas mudanças são principalmente a adoção de hábitos de higiene das mãos e locais de contato comum, e isolamento em casos em que não há a necessidade de internação.
Como os condomínios devem proceder?
Começando pelos casos de isolamento, é preciso que os moradores entendam que, a presença de pessoas em quarentena nos apartamentos vizinhos não significa necessariamente que elas estejam infectadas. Os casos suspeitos estão sendo monitorados pelos órgãos de saúde, enquanto os casos mais graves estão sendo direcionados aos hospitais para acompanhamento ainda mais próximo.
Não existe uma regra sobre informar ou não o síndico sobre a quarentena, mas deixá-lo ciente sobre a situação pode ser importante para que ele intensifique as campanhas de conscientização dentro do condomínio e reforce a necessidade de manter as áreas de contato comum higienizadas.
Reforçar a limpeza dos elevadores, corrimãos e outros locais que são muito tocados pelas pessoas é importante para preservar a saúde não só dos moradores, mas também dos colaboradores que trabalham mantendo essa higienização.
Algumas medidas simples que podem ser adotadas pelo síndico são:
- Divulgação de comunicados e práticas seguras em áreas comuns, como elevadores, hall de entrada, etc
- Disponibilizar álcool em gel em locais estratégicos
- Enviar informações importantes de higiene para os colaboradores e moradores através de ferramentas digitais como Whatsapp e email, para evitar as reuniões presenciais e aglomerações de pessoas
- Adiar assembleias e reuniões que já estavam marcadas
- Manter apenas assembleias que tratem de questões inadiáveis, como um mandato de síndico que está chegando ao fim, por exemplo
É permitido interditar as áreas comuns?
A recomendação da OMS é para evitar aglomerações, o que já resultou no adiamento e cancelamento de eventos importantes ao redor do mundo, e que também deve ser seguido dentro dos condomínios.
A Constituição Federal defende o direito de propriedade, porém, devido às circunstâncias da doença, essa se torna uma decisão a ser tomada pensando na coletividade e preservação da saúde de todas e todos. É preciso que cada caso seja avaliado individualmente, para que a suspensão de atividades em academias, playgrounds, áreas esportivas, salões de festas espaços gourmet seja feita de forma adequada.
O síndico deverá informar sua decisão ao conselho, e manter os moradores sempre cientes.
Algumas dicas de higiene para os moradores:
- Utilize as escadas para acessar andares mais baixos, e se precisar usar o elevador, evite momentos em que ele esteja muito cheio ou opte por usá-lo com membros da sua família
- Combine rodízios com os outros moradores para usar áreas abertas como playground, para que não haja aglomeração
- Use sempre o álcool em gel disponibilizado pelo condomínio antes de tocar em maçanetas, corrimãos, elevadores e biometria (alguns locais já estão desabilitando essa função para o acesso de pessoas)
- Siga as medidas de segurança fornecidas pelos órgãos de saúde, disponibilizadas nos canais oficiais e frequentemente divulgadas pela mídia
E para os funcionários:
- Higienize o seu local de trabalho e ítens de uso compartilhado, como interfone, telefone, maçanetas, teclados, etc
- Tome cuidado também com seus ítens de uso pessoal
- Não compartilhar talheres e copos
- Funcionários que apresentem sintomas ou façam parte do grupo de risco devem informar ao condomínio para possível afastamento ou outras medidas de segurança
Alguns casos de pessoas oferecendo ajuda ganharam repercussão nas redes sociais, e devem ser adotados por todos nós. Se você sabe que no seu condomínio existe alguém que faz parte do grupo de risco, verifique se ela precisa de algum tipo de ajuda, seja para fazer compras ou qualquer outro tipo de atividade que a colocará em risco por ter que acessar áreas em que há aglomerações. Gentileza gera gentileza, e nesse momento precisamos ter empatia e contribuir para que cada vez menos pessoas estejam ameaçadas.
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